quarta-feira, 11 de março de 2015

Proteína analgésica do café





 FEVEREIRO 2015


Fragmentos de proteína identificados no café têm efeitos similares aos da morfina
Fragmentos de proteína identificados no café têm efeitos similares aos da morfina



Fragmentos de uma proteína (peptídeos) com ação similar à da morfina foram identificados no café por pesquisadores do Distrito Federal. A pesquisa foi feita por Felipe Vinecky durante o seu doutorado na Universidade de Brasília (UnB), sob a orientação do pesquisador Carlos Bloch Júnior, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. O trabalho tinha como objetivo original procurar genes do café associados à melhoria da qualidade do produto, como parte de um projeto desenvolvido em parceria entre a Embrapa e o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad, na sigla em francês). Durante a análise do material genético, Vinecky e Bloch Júnior observaram que algumas sequências continham fragmentos internos funcionais – chamados de peptídeos encriptados – com estruturas semelhantes às de alguns opioides naturalmente presentes no corpo humano, como a encefalina, um neurotransmissor capaz de modular a dor. A partir de análogos sintéticos, os pesquisadores testaram na UnB o possível efeito analgésico dos peptídeos em camundongos. Os ensaios indicaram que os pedaços de proteínas são capazes de suprimir a dor, como a morfina, e ainda apresentam uma vantagem: sua ação se prolonga por mais tempo, por cerca de quatro horas, e não provoca efeitos colaterais significativos. As duas instituições encaminharam um pedido de depósito de patente ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) para sete peptídeos descobertos no estudo.

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