terça-feira, 17 de março de 2015

‘Mel de aroeira’ para curar o estômago

Mel de aroeira para curar o estômago
Substância, produzida no Norte de MG, é estudada há 4 anos por por Esther Bastos


Para um estômago “tinindo”: mel. Extraído do néctar da aroeira e do melato, líquido doce excretado pelos insetos que sugam a seiva da planta, o produto é a aposta natural de pesquisadores mineiros na cura da bactéria que provoca a gastrite. Estudos já comprovaram a eficácia do produto no combate da Helicobacter pylori. O microorganismo é considerado um agente causador de câncer pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Até o fim do ano, será possível definir a quantidade necessária do produto e as possibilidades e formas de uso para tratar a infecção bacteriana. O mel de melato ou honeydew, na denominação mundial, vem sendo fabricado em 56 municípios do Norte de Minas, como Janaúba, Porteirinha e Espinosa.
Até meados de agosto, a área de onde o mel é extraído deverá ter sido totalmente mapeada. Isso significa que será possível elaborar um documento para registrar a origem do item e o nome “Honeydew-Mata Seca”, uma exclusividade mineira.

Atestado de qualidade
“O certificado, além de determinar a origem, reconhece o mel como um produto exclusivo no mundo inteiro. Acredito que irá agregar ainda mais valor de mercado”, afirma o chefe da Unidade de Desenvolvimento Territorial da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em Minas Gerais, Alex Demier, um dos responsáveis pela pesquisa em campo.
O selo, emitido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), demora de oito meses a um ano para ser concedido. A certificação de indicação geográfica atesta a qualidade e a origem de um produto tradicional de determinada região, como o Vinho Bordeaux, na França, e o Café da Colômbia, por exemplo.

Em laboratório
Diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, a bióloga Esther Bastos é a responsável pelos testes, até agora feitos em laboratório. “Descobriu-se que o mel age contra micro-organismos gram-negativos, entre os quais se inclui o H. pylori, um tipo mais difícil de ser combatido por medicamentos”, explica.
Segundo ela, ainda é preciso definir a concentração mínima necessária para inibir a ação bacteriana. “A partir daí tentaremos viabilizar um ensaio clínico, com pacientes tomando o mel ou ingerindo cápsulas com a substância”, diz.
A H. pylori está presente em fezes e penetra no organismo por meio de alimento e água contaminados. “Esse tipo de infecção é muito comum e o contágio ocorre, geralmente, na infância. Em geral, é um problema que se desenvolve sem manifestação de sintomas”, detalha o gastroenterologista Antônio Márcio de Faria Andrade.

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