terça-feira, 24 de março de 2015

A Diferença das Dentições das Serpentes






BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
Barra Velha e São João do Itaperiú SC









Dentição

 É um fator de grande importância para alimentação das serpentes, e também de sua identificação.
A dentição é perfeitamente adaptada às necessidades e sistema de vida de cada serpente, e na captura de seu alimento, assim como também, em muitos casos, na sua própria defesa.
As serpentes estão divididas em três séries dentarias, com quatro subdivisões, como segue:

1ª Série: Anodontes

São serpentes primitivas, subterrâneas, consideradas cegas, destituídas de dentículos maxilares, só possuído os mandibulares, e que pertencem à infra-ordem Scolecophidia e a família Leptotyphlopidae.

2ª Série: Áglifas ou Aglifodontes

São serpentes destituídas de presas canalizadas, inoculadoras de veneno, representadas por duas subséries:

            1ª Subsérie: Isodontes

com dentículos ou dentes lisos, não bem iguais, em filas continuas:

a)    Transversais

São as primitivas da mesma infra-ordem acima citada, subterrâneas, também consideradas cegas, com dentículos transversais no maxilares, e pertencem à família Typhlopidae.

b)    Longitudinais

Também primitivas, porém representantes da infra-ordem Henophidia e componentes de cinco famílias, com dentes curtos, ou longos, ou simultaneamente curtos e longos, juntos ou separados por pequenos espaços desiguais, sendo que na família Boidae aparecem espécimes com duas fileiras longitudinais, e, em algumas representantes desta família, tratando-se de animais de maior porte, os dentes são longos, firmes e afiados, podendo causar sérios ferimentos ou lacerações. Ainda nesta subsérie encontram-se serpentes avançadas, da infra-ordem Xenophidia, representadas por sete subfamílias das Colubrídeas, a maior família de serpentes.

2ª Subsérie: Anisodontes

Esta subsérie compreende parte das serpentes avançadas, da infra-ordem Xenophidia, componentes da família Colubrídea e representantes das subfamílias Lycodontinae e Xenodontinae – ou – Heterodontinae, possuidoras de fileiras interrompidas por um ou dois dentes maiores, lisos e sólidos, sendo que na segunda eles têm a forma de cimitarras, e são classificados como Opistiomacroterodontes, sendo que as do gênero Cyclagras, também da segunda família, são classificados com mais propriedade como Opistiomegalodontes

3ª Série: Glifodontes

São possuidoras de presas sulcadas ou canalizadas, capazes de inocular veneno, representadas por duas subséries, todas pertencentes às avançadas, da infra-ordem Xenophidia.

1ª Subsérie: Ectoglifondontes

Compreende somente as Opistóglifas – ou – Opistoglifodontes, possuidoras de presas traseiras, sulcadas longitudinalmente no exterior, em sua parte dianteira, representadas pelas restantes subfamílias da família Colubridae, ou sejam, as Homalopsinae, e as Boiginae. Tais presas são fixas no maxilar superior e ligadas às glândulas produtoras de veneno.

2ª Subsérie: Endoglifodontes

São as possuidoras de presas dianteiras, fendidas ou tubulares longitudinalmente, ligadas às glândulas produtoras de veneno, últimas avançadas da infra-ordem Xenophidia, com duas subdivisões.

1ª Subdivisão: Proteroglifas – ou – Proteroglifodontes

São as que tem presas frontais com canal imperfeito, fendidas frontalmente em todo o seu comprimento, fixadas no maxilar superior (ancilognatas), representantes das famílias Elapidae e Hydrophidae. Dentro desta subdivisão existem algumas representantes da família Elapidae, cuja a saída de veneno, na ponta da presa, forma um ângulo reto, por onde o veneno é lançado para a frente, em forma de jato, para atingir os olhos de suas vitimas, predadores ou oponentes. Também as presas das Hydrophidae assumem uma posição um pouco diferente: em algumas as presas são fixas no osso maxilar, mais recuadas do que nas
Elapidae, e em outras as presas estão localizadas no osso palatino, também um pouco mais recuadas.

2ª Subdivisão: Solenóglifas ou  Solenoglifodontes ou  Solenotodontes   


Representam o ultimo desenvolvimento das serpentes portadoras de veneno fatal, mais especializadas na sua inoculação do que as de duas família anteriores. Suas presas dianteiras têm um canal perfeito, à maneira das agulhas de injeção, ligadas às grandes glândulas produtoras de veneno, e compreendem as famílias Viperidae e Crotalidae, da infra-ordem Xenophidia. O maxilar é curto e móvel (cinetognatas). Quando a serpente está em repouso, com a boca fechada, as presas permanecem recolhidas, praticamente no sentido horizontal, escondidas em bainhas lábias e, quando a serpente abre a boca para picar ou apanhar sua vitima, as presas são jogadas para frente, por meio de um conjunto de ossos maxilares, como se fossem uma alavancas, colocando-as em posição quase vertical, prontas para o bote e conseqüente picada, que é rápida e certeira. Como essas presas são alveolares, são periodicamente substituídas por outras que nascem logo atrás delas, e que vão crescendo e avançando no sentido de ocupar o lugar das velhas. A perda das presas pode ocorrer por envelhecimento ou por quebra.

Tel: de Emergência 34460000
José Roberto Cruz
Chefe - Núcleo de Proteção Ambiental

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