BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
Barra Velha e São João do Itaperiú SC
Dentição
É um fator de grande importância para alimentação das
serpentes, e também de sua identificação.
A dentição é perfeitamente adaptada
às necessidades e sistema de vida de cada serpente, e na captura de seu
alimento, assim como também, em muitos casos, na sua própria defesa.
As serpentes estão divididas em três séries dentarias,
com quatro subdivisões, como segue:
1ª
Série: Anodontes
São serpentes primitivas,
subterrâneas, consideradas cegas, destituídas de dentículos maxilares, só
possuído os mandibulares, e que pertencem à infra-ordem Scolecophidia e a
família Leptotyphlopidae.
2ª
Série: Áglifas ou Aglifodontes
São serpentes destituídas de presas
canalizadas, inoculadoras de veneno, representadas por duas subséries:
1ª
Subsérie: Isodontes
com dentículos ou dentes lisos, não bem iguais, em filas
continuas:
a) Transversais
São
as primitivas da mesma infra-ordem acima citada, subterrâneas, também
consideradas cegas, com dentículos transversais no maxilares, e pertencem à
família Typhlopidae.
b) Longitudinais
Também
primitivas, porém representantes da infra-ordem Henophidia e componentes de
cinco famílias, com dentes curtos, ou longos, ou simultaneamente curtos e
longos, juntos ou separados por pequenos espaços desiguais, sendo que na
família Boidae aparecem espécimes com duas fileiras longitudinais, e, em
algumas representantes desta família, tratando-se de animais de maior porte, os
dentes são longos, firmes e afiados, podendo causar sérios ferimentos ou
lacerações. Ainda nesta subsérie encontram-se serpentes avançadas, da
infra-ordem Xenophidia, representadas por sete subfamílias das Colubrídeas, a
maior família de serpentes.
2ª Subsérie: Anisodontes
Esta subsérie compreende parte das serpentes
avançadas, da infra-ordem Xenophidia, componentes da família Colubrídea e
representantes das subfamílias Lycodontinae e Xenodontinae – ou –
Heterodontinae, possuidoras de fileiras interrompidas por um ou dois dentes
maiores, lisos e sólidos, sendo que na segunda eles têm a forma de cimitarras,
e são classificados como Opistiomacroterodontes, sendo que as do gênero Cyclagras,
também da segunda família, são classificados com mais propriedade como
Opistiomegalodontes
3ª
Série: Glifodontes
São
possuidoras de presas sulcadas ou canalizadas, capazes de inocular veneno,
representadas por duas subséries, todas pertencentes às avançadas, da
infra-ordem Xenophidia.
1ª Subsérie: Ectoglifondontes
Compreende somente as Opistóglifas –
ou – Opistoglifodontes, possuidoras de presas traseiras, sulcadas longitudinalmente
no exterior, em sua parte dianteira, representadas pelas restantes subfamílias
da família Colubridae, ou sejam, as Homalopsinae, e as Boiginae. Tais presas
são fixas no maxilar superior e ligadas às glândulas produtoras de veneno.
2ª Subsérie: Endoglifodontes
São
as possuidoras de presas dianteiras, fendidas ou tubulares longitudinalmente,
ligadas às glândulas produtoras de veneno, últimas avançadas da infra-ordem
Xenophidia, com duas subdivisões.
1ª Subdivisão: Proteroglifas – ou –
Proteroglifodontes
São
as que tem presas frontais com canal imperfeito, fendidas frontalmente em todo
o seu comprimento, fixadas no maxilar superior (ancilognatas), representantes
das famílias Elapidae e Hydrophidae. Dentro desta subdivisão existem algumas
representantes da família Elapidae, cuja a saída de veneno, na ponta da presa,
forma um ângulo reto, por onde o veneno é lançado para a frente, em forma de
jato, para atingir os olhos de suas vitimas, predadores ou oponentes. Também as
presas das Hydrophidae assumem uma posição um pouco diferente: em algumas as
presas são fixas no osso maxilar, mais recuadas do que nas
Elapidae,
e em outras as presas estão localizadas no osso palatino, também um pouco mais
recuadas.
2ª
Subdivisão: Solenóglifas ou
Solenoglifodontes ou
Solenotodontes
Representam
o ultimo desenvolvimento das serpentes portadoras de veneno fatal, mais
especializadas na sua inoculação do que as de duas família anteriores. Suas
presas dianteiras têm um canal perfeito, à maneira das agulhas de injeção,
ligadas às grandes glândulas produtoras de veneno, e compreendem as famílias
Viperidae e Crotalidae, da infra-ordem Xenophidia. O maxilar é curto e móvel
(cinetognatas). Quando a serpente está em repouso, com a boca fechada, as
presas permanecem recolhidas, praticamente no sentido horizontal, escondidas em
bainhas lábias e, quando a serpente abre a boca para picar ou apanhar sua
vitima, as presas são jogadas para frente, por meio de um conjunto de ossos
maxilares, como se fossem uma alavancas, colocando-as em posição quase
vertical, prontas para o bote e conseqüente picada, que é rápida e certeira.
Como essas presas são alveolares, são periodicamente substituídas por outras
que nascem logo atrás delas, e que vão crescendo e avançando no sentido de
ocupar o lugar das velhas. A perda das presas pode ocorrer por envelhecimento
ou por quebra.
Tel: de Emergência 34460000
José Roberto Cruz
Chefe - Núcleo de Proteção Ambiental
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