quarta-feira, 18 de março de 2015

Brasil registra número recorde de queimadas no início do ano, diz Inpe



12/03/2015

Eduardo Carvalho e Thiago ReisDo G1, em São Paulo

Foram registrados 6.948 focos de incêndio no país, segundo o instituto.
Número de janeiro e fevereiro é o maior da série histórica (desde 1999).

Na área, árvores tiveram raízes queimadas e correm o risco de cair (Foto: Pedro Silva/Divulgação)
Queimadas no primeiro bimestre de 2015 tiveram aumento recorde, diz Inpe (Foto: Pedro Silva/Divulgação)

O Brasil registrou nos dois primeiros meses deste ano 6.948 focos de incêndio. Trata-se do maior número de queimadas já registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em janeiro e fevereiro desde 1999, quando os satélites começaram a captar os focos de calor pelo país ao longo de todo o ano.
O número de 2015 é 66% maior que o verificado no ano passado (que teve 4.182 focos) e quase 100% superior à média histórica para o período.
Responsável pelo monitoramento de queimadas no país, o pesquisador Alberto Setzer, do Inpe, diz que a alta pode ter relação com o aumento da taxa de desmatamento na Amazônia Legal. A taxa de desflorestamento (corte raso) aumentou 40% entre novembro de 2014 e janeiro de 2015 em relação ao mesmo trimestre de 2014, segundo o Inpe.
O Ibama nega esta relação e afirma que tem reforçado o monitoramento.
O Mato Grosso é um dos maiores responsáveis pela estatística. Só no Estado do Centro-Oeste, foram registrados 1.502 focos nos dois primeiros meses deste ano (mais de 1/5 de todos os registros). Pará, com 833, e Roraima, com 748, aparecem logo atrás.
Maranhão é quarto que mais registrou queimadas, com 589 focos, seguido de Bahia, com 399, e Mato Grosso do Sul, com 374 pontos de calor.

Desmate e queimadas: aliança de risco
De acordo com Alberto Setzer, ainda é cedo para avaliar se o restante de 2015 seguirá a tendência do primeiro bimestre. Ele alega que uma das causas prováveis do aumento das queimadas é o maior desmatamento da Amazônia Legal.

Dados do Sistema de Detecção em Tempo Real, o Deter, também divulgados pelo Inpe, contabilizaram aumento de 40% do corte raso (desflorestamento total) no bioma entre novembro de 2014 e janeiro de 2015 em relação ao mesmo trimestre anterior.
“O crescimento de focos na região amazônica corresponde à elevação do desmate, já que o fogo é utilizado para eliminar as árvores”, explica Setzer.
Ele afirma que todas as queimadas registradas são resultantes da atividade humana, alegando que menos de 0,1% dos incêndios ocorrem por causas naturais, número considerado por ele como “desprezível”.
saiba mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário