segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Serpentes do gênero Philodryas

O gênero Philodryas compreende 18 espécies distribuídas ao longo dos ambientes da América do Sul. Nesta postagem tratarei da espécie Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823), chamada popularmente de cobra-verde, cipó-verde ou cipó-listrada. Possui ampla distribuição, ocorrendo em várias regiões do Brasil, além de países vizinhos, como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Esta serpente é considerada uma serpente de porte médio, chegando a alcançar 1,5 m de comprimento total (Vitt, 1980; Marques et al 2001; Giraudo, 2001) e pertence à família dos colubrídeos possuindo coloração verde-escuro no dorso e claro no ventre, por isso estes animais  confundem-se facilmente com o verde da vegetação.


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 Philodryas olfersii 
A cobra verde é ovípara (o embrião se desenvolve dentro de um ovo), pondo de 8 a 10 ovos por ninhada (Vanzolini, 1980). Seu olho é relativamente grande e sua pupila do tipo arredondada (típico de serpentes que são ativas durante o dia).

Quanto a sua dentição, é do tipo opistóglifa. Machos e fêmeas dessa espécie diferem quanto ao tamanho do corpo, sendo as fêmeas maiores que os machos.  (Vitt, 1980). Alimentam-se de anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos (Vanzolini, 1980).  O corpo esguio e a presença de cauda longa lhe conferem grande vantagem para a locomoção entre os galhos de árvores, pois isso facilita a distribuição do peso corporal, dando equilíbrio durante o deslocamento por entre a vegetação. Entretanto, P. olfersi é considerada uma serpente semi-arborícola, visto que também faz uso do solo para locomover-se (Lillywhite & Henderson, 1993; Martins et al., 2001 apud Hauzman 2009).

A íntima relação dessa serpente com a vegetação nos força lembrar a importância da preservação de nossas matas nativas, refúgio de tantas espécies interessantes como essa. 

José Roberto Cruz
Chefe do Núcleo de Proteção Ambiental

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