segunda-feira, 21 de julho de 2014

Lacraias (Scolopendra)








Bombeiro Voluntário
Barra Velha e São João do Itaperiú









As Scolopendra de 15 a 17 cm de comprimento, dorso cor de chocolate, lados esverdeados, onde estão implantadas as pernas, ventre amarelo. Em frente do corpo uma carapaça cefálica com quatro pequenos olhos com a disposição do Cruzeiro do Sul e na fronte, dos dois lados, uma antena multi-articulada. Por debaixo da placa cefálica dois pares de maxilares, um lábio superior, uma par de possantes mandíbulas, armadas e fortes dentes dilacerantes e finalmente as forcípulas, que tem aspecto e função interessantes: bem no meio existem duas placas, chamadas “placas dentais”, que ostenta cada uma 4 dentes, para dilacerar pedaços da presa; do lado as forcípulas se estendem em curva por toda a parte inferior, formando 4 artículos, um basal volumoso e robusto, dois artículos anulares, estreitos, que se articulam e finalmente o articulo terminal, longo, curvo, de quitina robusta e negra a terminar no ferrão ou agulhão.

As duas glândulas de veneno estão alojadas exatamente dentro dos volumosos artículos basais e tem a forma de dois sacos ou duas “salsichas”. O canal eferente atravessa os dois anéis e vem terminar num poro em fenda perto da ponta dos ferroes. Feixes musculares realmente poderosos, flexores e extensores dos artículos forcipulares, garantem a funcionalidade desse importante “instrumento” de captura. Alguns feixes têm percurso tal que, com sua flexão, exercem pressão sobre os sacos glandulares, provocando seu esvaziamento e impulsionando o veneno, armazenando no lume central de glândula, para fora da fenda terminal e para dentro dos “buracos” que os dois ferroes fizeram na carne da vitima.

As lacrais são estritamente noturnas; evitam a luz do dia; vivem em galerias pluviais, canalizações subterrâneas, nas densas matas unidas, dentro dos vãos das fibras de palmeiras, em troncos ocos em decomposição, onde há larvas de besouros. Quando trazidas a luz diurna, encetam com fuga rápida, sempre em direção ao lado da sombra. Vivem solitárias, como sói ser a regra dos animais de rapinagem, caçadores. Caçam sua presa viva, imobilizam-na com as ultimas pernas e os 20 pares de garras, e matam-na, perfurando sua carne com as pinças forcipulares e injetando seu veneno. São ferozes; ao serem apreendidas com pinça longa, enrosca-se nas pontas desta e encravam seus dentes no aço, por onde derramam seu veneno.a dentro dos “buracos” que os dois ferroes fizeram na carne da vitima.


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