domingo, 27 de julho de 2014

Bothrops insularis (jararaca Ilhoa)


A espécie, descrita em 1921 por Afrânio do Amaral, foi estudada na década de 50 por Alphonse R. Hoge, ambos pesquisadores do Instituto Butantan


Há cerca de 10 mil anos atrás  jararacas viviam  na  região  sul  de  São paulo.
Com o  fim da glaciação e o elevamento do nível das águas,  um pedaço  do litoral ficou separado do continente  por 35 Km  formando a Ilha da Queimada Grande.
As jararacas que  permaneceram no continente  ficaram separadas geograficamente  das jararacas que ficaram na ilha da Queimada Grande.
As jararacas do continente comiam roedores e pequenos  mamíferos as que ficaram na  ilha da Queimada Grande tiveram que se adaptar a caçar pequenas aves e ficaram conhecidas como Jararaca- Ilhoa.

A estimativa do tamanho populacional foi realizada em 2002. O método para essa estimativa consistiu em amostrar 26 parcelas (quadrados de 10X10 metros delimitados pelos pesquisadores ao longo da Ilha; foram contados os números totais de espécimes em cada um desses quadrados e os dados foram então extrapolados para os hábitats disponíveis da Ilha).

O desembarque na Ilha da Queimada Grande é restrito a pesquisadores do Instituto Butantan e a terceiros com autorização prévia do Ibama. Porém, a grande preocupação dos biólogos é a falta de fiscalização, que tem como conseqüência o sumiço das serpentes da ilha.  


A Queimada Grande, afinal, não é nada hospitaleira com seus visitantes, das pequenas aves migratórias aos raros seres humanos que ousam pisar em seus 43 hectares (o equivalente a 40 campos de futebol). Como não há praias, o embarque e o desembarque são sempre complicados, quando não impossíveis. Não há fontes de água potável ou alojamento esperando pelos visitantes. As trilhas são íngremes e faz muito calor; a chuva, não raro, vem com tempestades de vento cortante. Há aranhas venenosas e, claro, cobras, milhares delas – no chão, nas pedras, na relva, nas árvores, por toda parte.

O que mata suas vítimas na natureza, porém, pode salvar vidas humanas. Ao estudar o veneno da jararaca comum, pesquisadores brasileiros descobriram, em 1948, o vasodilatador bradicinina, que tem ação anti-hipertensiva e que mais tarde deu origem ao medicamento Captopril. Em 2001, foi patenteado outro anti-hipertensivo baseado nas mesmas toxinas, o Evasin. Embora essas substâncias, do ponto de vista bioquímico, sejam parecidas nas duas espécies – tanto que o soro antiofídico é o mesmo –, acredita-se que as poucas enzimas diferentes da peçonha da jararaca-ilhoa possam dar origem a novos fármacos.

O veneno da Bothrops insularis é estudado pelo Instituto Butantan mas seu antídoto é pouco fabricado, pois onde vive a serpente só pesquisadores podem ir. É muito poderoso pois, pela sua ação inibidora, a pessoa morre por falência geral orgânica ao fim de duas horas após ser inoculada. A ação rápida e potente deste veneno permite que a serpente se alimente de aves e evita que sua presa escape.


fonte Instituto butantan 

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