A espécie, descrita em 1921 por Afrânio do Amaral, foi estudada na década de 50 por Alphonse R. Hoge, ambos pesquisadores do Instituto Butantan
Com o fim da glaciação e o elevamento do nível das águas, um pedaço
do litoral ficou separado do continente por 35 Km formando a Ilha da
Queimada Grande.
As jararacas que permaneceram no continente ficaram separadas geograficamente das jararacas que ficaram na ilha da Queimada Grande.
As jararacas do continente comiam roedores e pequenos mamíferos as que ficaram na ilha da Queimada Grande tiveram que se adaptar a caçar pequenas aves e ficaram conhecidas como Jararaca- Ilhoa.
A estimativa do tamanho populacional foi realizada em 2002. O método
para essa estimativa consistiu em amostrar 26 parcelas (quadrados de
10X10 metros delimitados pelos pesquisadores ao longo da Ilha; foram
contados os números totais de espécimes em cada um desses quadrados e os
dados foram então extrapolados para os hábitats disponíveis da Ilha).
O desembarque na Ilha da Queimada Grande é restrito a pesquisadores do
Instituto Butantan e a terceiros com autorização prévia do Ibama. Porém,
a grande preocupação dos biólogos é a falta de fiscalização, que tem
como conseqüência o sumiço das serpentes da ilha.
A Queimada Grande, afinal, não é nada hospitaleira com seus visitantes, das pequenas aves migratórias aos raros seres humanos que ousam pisar em seus 43 hectares (o equivalente a 40 campos de futebol). Como não há praias, o embarque e o desembarque são sempre complicados, quando não impossíveis. Não há fontes de água potável ou alojamento esperando pelos visitantes. As trilhas são íngremes e faz muito calor; a chuva, não raro, vem com tempestades de vento cortante. Há aranhas venenosas e, claro, cobras, milhares delas – no chão, nas pedras, na relva, nas árvores, por toda parte.
O que mata suas vítimas na natureza, porém, pode salvar vidas humanas.
Ao estudar o veneno da jararaca comum, pesquisadores brasileiros
descobriram, em 1948, o vasodilatador bradicinina, que tem ação
anti-hipertensiva e que mais tarde deu origem ao medicamento Captopril.
Em 2001, foi patenteado outro anti-hipertensivo baseado nas mesmas
toxinas, o Evasin. Embora essas substâncias, do ponto de vista
bioquímico, sejam parecidas nas duas espécies – tanto que o soro
antiofídico é o mesmo –, acredita-se que as poucas enzimas diferentes da
peçonha da jararaca-ilhoa possam dar origem a novos fármacos.
O veneno da Bothrops insularis é estudado pelo Instituto Butantan
mas seu antídoto é pouco fabricado, pois onde vive a serpente só
pesquisadores podem ir. É muito poderoso pois, pela sua ação inibidora, a
pessoa morre por falência geral orgânica ao fim de duas horas após ser
inoculada. A ação rápida e potente deste veneno permite que a serpente
se alimente de aves e evita que sua presa escape.
fonte Instituto butantan
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