A nova espécie foi chamada de “Atretochoana eiselti”. Especialistas provisoriamente o chamaram de “cobra flexível”, notando que na verdade não era um réptil, e sim um anfíbio sem patas, cujo parentes mais próximos são os sapos e as salamandras.
Foram encontrados seis dessas criaturas no total. Uma delas morreu, dois outras os cientistas levaram para pesquisar, e os três restantes foram soltos na natureza. Eles não tem pulmões.
Os cientistas acreditam que eles respiram através da pele, e se alimentam de pequenos peixes e vermes. A descoberta foi feita em novembro do ano passado, mas só agora que o achado foi finalmente confirmado.
Além disso, já se tinham notícias dessa cobra no início do século, porém, até então era apenas “lenda”.
O frustrante é que esse espécime do museu de Viena, possivelmente coletado pelo naturalista austríaco Johann Natterer em suas viagens pelo Brasil no início do século 19, não possui qualquer informação associada, exceto que provém da América do Sul. Em 1998, um segundo exemplar foi descoberto, na coleção da Universidade de Brasília (UnB), mas sem quaisquer informações sobre a localidade de coleta. A Atretochoana possui uma morfologia consistente com hábitos aquáticos, e devido à ausência de pulmões e a seu grande tamanho, especulou-se que viveria em riachos frios e com corredeiras do Brasil central, condições em que a água é bastante oxigenada, favorecendo a respiração cutânea.
A presença da Atretochoana em duas localidades tão distantes sugere que ela deve ser amplamente distribuída (ainda que talvez rara) na Amazônia brasileira e que seu desaparecimento por tantos anos foi devido simplesmente à falta de procurar no lugar certo. Seu mistério começou a ser desvendado, mas muito ainda resta para se descobrir sobre esse peculiar animal. A maior dúvida é fisiológica (como respira um animal deste tamanho, sem pulmões e em águas não particularmente ricas em oxigênio?), mas virtualmente nada se sabe ainda sobre sua história natural, hábitos e relações filogenéticas.
Como escreveram seus redescobridores: “Ainda temos um longo caminho a percorrer antes de considerar esta espécie ‘conhecida’”. E, pensando assim, quantas espécies será que podemos dizer que são realmente conhecidas?
Confere aí : http://noamazonaseassim.com/animal-estranho-e-descoberto-na-amazonia/
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