terça-feira, 28 de julho de 2015

Saiba o que são animais sinantrópicos e como evitá-los



Você já ouvi falar em animais sinantrópicos? Pode ser que você não reconheça essa nomenclatura, mas certamente já se deparou com alguns dos bichos que possuem essa classificação. Sinantrópico é junção de "sin" (simultâneo) e "antrópico" (relativo ao ser humano). Portanto, as espécies agrupadas dessa forma são aquelas que se adaptaram ao estilo de vida das pessoas e convivem com elas, mas não em harmonia. A maioria desses animais vive do nosso lixo e podem transmitir doenças para nós e para nossos animais de estimação.


Animais podem se adaptar à vida urbana e transmitir doenças

• Pombos: o perigo está em inalar a poeira que contém fezes secas do animal, pois é assim que são transmitidos fungos e bactérias que nos causam doenças como a criptococose, ornitose e histoplasmose. Ao limpar fezes de pombos de alguma superfície, molhe-as antes e use máscara de proteção sobre o nariz e a boca para evitar inalar a poeira contaminada; também calce luvas para não contaminar suas mãos.

• Ratos: eles até têm uma carinha bonitinha, mas não se engane. Podem transmitir principalmente a leptospirose e outras doenças que não são tão comuns, mas muito severas. Os ratos mais comuns no meio urbano são o camundongo, o rato de telhado e a ratazana.

• Baratas e moscas: transmitem diversas doenças ao andar por cima de nossa comida após terem passado pelo lixo e esgoto, principalmente doenças no trato digestivo, pois elas têm muito contato com fezes por onde passam.

As duas espécies gostam de gordura e açúcar, por isso estão sempre procurando superfícies que estejam “melecadas”, mas as baratas têm um costume muito nojento: roer esses restinhos de gordura e açúcar na boca da pessoa quando ela dorme sem escovar os dentes.


• Mosquitos: quem nunca ficou nervoso com um zumbido na orelha durante a noite? Mas muito além da chatice dos pernilongos noturnos, existe o perigo dos mosquitos diurnos: o Aedes aegypti, famoso por transmitir a dengue e a febre amarela e o não tão famoso Lutzomyia longipalpis, transmissor da leishmaniose. Este mosquito possui uma característica diferente dos outros: ao invés de se reproduzir em água parada, prefere fazê-lo no meio do lixo orgânico exposto. Mais um motivo para fazer compostagem dos resíduos.

• Morcegos: cada vez mais presentes no meio urbano devido à destruição de seu habitat natural, os morcegos estão se adaptando. Já são muito comuns no centro de São Paulo, por exemplo. Possuem hábitos de alimentação diferentes entre as espécies: há os que comem frutas, os que comem insetos, os que se alimentam de néctar e os chamados hematófagos, que são os que se alimentam de sangue. Apesar de serem muito citados nas histórias de vampiros, os morcegos que gostam de sangue são minoria no mundo todo. No Brasil, temos apenas uma espécie de "vampirinho": o Desmodus rotundus .
O morcego é o principal agente transmissor da raiva, por isso, se vir algum deles no chão, mesmo que pareça inofensivo, jamais toque diretamente nele, pois a saliva pode estar contaminada. Se você, uma pessoa próxima ou um animal que tenha em casa for mordido por um animal contaminado, lave bem a ferida com água e sabão e procure um médico (ou médico veterinário) imediatamente! A raiva é muito perigosa e muito contagiosa.

• Escorpiões: ficam escondidos em locais escuros, como no meio de entulho, grama muito alta (principalmente em terrenos baldios), buracos no chão, trilhos de trem e até dentro de sapatos.  Sua ferroada libera veneno, que causa feridas e pode levar à morte. O escorpião com o pior veneno é o Tytius serrulatus, ou escorpião amarelo.

Como evitar esses animais

O primeiro passo para mantê-los afastados é impedir que tenham acesso aos três “As”: abrigo, alimento e água. Entenda:
• Abrigo: por terem se adaptado à vida no meio das pessoas, esses animais encontraram os cantinhos mais inusitados para se esconder e viver. Pombos fazem ninhos em frestas de lugares altos, como prédios, torres de igrejas, etc. Para impedir que cheguem a esses abrigos, reboque as frestas ou coloque telas de proteção em aberturas que não quiser fechar (principalmente varandas de apartamentos). Isso também vai evitar morcegos que, além desses locais, gostam de vãos entre telhas e paredes, sótãos e outros locais altos e escuros.
Moscas e mosquitos podem ser mantidos fora de casa com telas nas janelas, além de cuidados como não deixar focos de água parada, limpeza de córregos (solicite ao serviço municipal) e descarte adequado ou compostagem de restos orgânicos.
Para evitar os sinantrópicos terrestres e as moscas, o cuidado maior é com o lixo e "tralhas", que você não deve deixar acumular, pois é um bom abrigo para esses animais. Doe o material para instituições que fazem reciclagem ou faça upcycle dele. O material orgânico, você pode fazer compostagem. Outros cuidados importantes incluem: manter a lixeira sempre bem tampada; descartar entulhos de maneira adequada; manter a grama bem aparada; instalar dispositivos abre e fecha nos ralos; manter as tampas de vasos sanitários fechadas quando não estiver usando (por incrível que pareça, ratos são ótimos nadadores e podem entrar na sua casa por, literalmente, qualquer encanamento); inspecionar atrás de armários, gavetas e outros locais que podem servir de abrigo. Lembre-se: os abrigos favoritos da maioria dos animais sinantrópicos são escuros e úmidos.
• Alimento: os cuidados gerais para não deixar alimentos disponíveis para animais sinantrópicos incluem: cuidar bem da higiene da sua composteira; não deixar a comida dos animais de estimação disponível o tempo todo, oferecendo apenas nos horários certos e retirando quando eles não estiverem interessados (senão os animais sinantrópicos são quem vão se interessar); quanto à comida das pessoas da casa, guardar sempre tampada na geladeira ou no armário; limpar bem superfícies engorduradas, mesas, fogões, etc.; descartar o lixo de maneira adequada e só perto da hora que o caminhão de coleta costuma passar; não alimentar pombos, que foi um hábito muito comum na época dos nossos avós e até hoje muita gente continua fazendo isso, mesmo após o pombo passar a ser considerado uma praga urbana.
• Água: Todos os animais, mesmo os insetos, precisam se hidratar. Eles conseguem fazer isso até com a menor das poças, por isso é importante sempre secar bem qualquer objeto ou superfície após lavar.
De maneira nenhuma incentivamos a violência contra animais. Com esta matéria, a intenção é evitar a disseminação de doenças comprovadamente causadas pelos animais sinantrópicos.
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