As diversas glândulas (existem 7 tipos, que nunca ocorrem na mesma aranha) localizadas no abdômen da aranha produzem diversos tipos de fio de seda, cada qual com finalidade diferente: fios para encapsulamento da presa (glândulas aciniformes); fios para formar a "moldura", raios e espirais da teia (glândulas ampoladas); fios para formar os casulos (glândulas tubuliformes), etc.
O diâmetro médio de um fio de seda em uma teia de aranha esférica é de cerca de 0,15µm. Graças à reflexão da luz do sol no fio somos capazes de ver a teia, pois o olho humano, a uma distância de 10 cm, só consegue detectar objetos com um diâmetro de 25 µm. Uma das características extraordinárias da seda da aranha é sua resistência. Um fio de seda de aranha com uma espessura mínima seria capaz de parar um besouro voando com velocidade plena. Se o fio tivesse a espessura de um lápis seria capaz de fazer parar um Boeing 747 em pleno voo. Não apenas estes fios são fortes, como também são elásticos. Um fio comum de seda de aranha é capaz de estender-se por até 70 km sem se quebrar sob seu próprio peso! E pode ser esticado até 30 ou 40% de seu comprimento, sem quebrar-se, enquanto o nylon suporta apenas 20% de estiramento.
A seda da aranha é constituída principalmente de uma proteína que tem massa molecular de 30.000, enquanto dentro da glândula. Fora da glândula, ela se polimeriza para dar origem à fibroína, que tem massa molecular em torno de 300.000.
Muitas aranhas tecedeiras reciclam suas teias. A teia tem que ser renovada freqüentemente e como ela consome bastante recursos de nitrogênio da aranha, esta se realimenta da seda.
Os fios da seda de aranha já foram usados antigamente nos retículos de lunetas astronômicas, micrômetros e outros instrumentos óticos. Algumas tribos da América do Sul empregam as teias de aranha como hemostático em feridas. Pescadores da polinésia usam o fio da aranha Nephila, que é exímia tecedeira, como linha de pescar. Em Madagáscar, nativos capturavam as aranhas Nephila, e obtinham rolos de fios, que usavam para fabricar tecidos de cor amarelo-dourada.Também já se tentou produzir tecido a partir de fios obtidos de casulos, porém nenhuma destas atividades é prática ou econômica.
Se você já teve a oportunidade de observar uma aranha em plena atividade de construção da teia, certamente percebeu que existe uma sabedoria intríseca em sua técnica: na maneira como ela estende primeiro os grandes eixos de sustentação da teia e, a partir daí, vai unindo esses fios de suporte e preenchendo os espaços vazios com fios radiais, rapidamente, dando origem a uma estrutura de impressionante geometria, além de grande resistência.
Uma boa pergunta seria: como a aranha consegue fazer a fixação inicial do fio, que ela produz de seu próprio corpo, entre duas superfícies às vezes sem contato -- entre dois galhos de uma árvore, por exemplo? A aranha não voa...Tendo fixado primeiramente o fio em um galho, o que ela faz para fixar a outra extremidade em outro galho? Sai andando pela árvore, carregando atrás de si o fio, sobe até o outro galho e de lá puxa o fio e o fixa no galho? Não, ela age de forma mais simples, usando o vento e um pouco de sorte.
A aranha produz os fios em quantidade e espessura adequadas, sendo que cada glândula produz fio de qualidade diferente. Existem fios adesivos e fios secos, não adesivos. Um finíssimo fio adesivo é liberado pelas fiandeiras e, enquanto a aranha vai tornando este fio cada vez maior, o vento o carrega até encontrar um ponto onde o fio fica aderido. Então, a aranha caminha com cuidado sobre este fio-guia, reforçando-o com um segundo fio. O processo é repetido até que o fio esteja suficientemente forte. Depois disso, a aranha lança um outro fio, formando uma espécie de Y, abaixo do fio inicial. Esses são os três primeiros fios que formam o eixo da teia. Ao se observar uma teia de aranha, distinguem-se a moldura, os raios e a espiral. Existem muitas variações na construção da teia, conforme a espécie da aranha. Algumas aranhas, constroem no centro da teia outra pequena espiral, ou uma rede de malhas, que funciona como "refúgio". A espiral de "captura" é especialmente construída para as presas e é feita com fios viscosos, adicionados paralelamente um ao outro. A espiral de captura deixa às vezes dois raios livres, de onde parte um fio especial, chamado "fio telefônico", que conduz ao refúgio da aranha, quando este é construído fora da teia. A aranha pode captar as vibrações deste fio, para informar-se sobre o tamanho e o tipo de presa que caiu na armadilha.
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