27/07/15
Legenda: Câmera fica instalada dentro do chifre do rinoceronte. Foto: Humane Society International / Divulgação |
No mercado asiático, um quilo de chifre de rinoceronte vale cerca de 60 mil dólares e, por conta do tráfico de chifres, 1215 rinocerontes foram abatidos ilegalmente na África do Sul em 2014, e outros 1.000 animais morreram em 2013. Nesse ritmo, estima-se que em 20 anos o rinoceronte esteja extinto na natureza. Os números dramáticos moveram a ONG inglesa Protect a criar um kit high-tech para proteger o animal, que gera um alarme em tempo real quando os caçadores ilegais estão atacando.
O equipamento foi chamado de RAPID, da sigla em inglês "Real-time Anti-poaching Intelligence Device" (algo como 'Equipamento inteligente anti-caça, em tempo real'). Ele consiste de uma câmera instalada no próprio chifre, um equipamento de GPS e um monitor cardíaco instalado sob a pele do animal. Quando os batimentos cardíacos de um desses rinocerontes disparam ou desabam, o RAPID envia um alerta para um centro de controle, que, à distância, ativa a câmera para saber se a causa são caçadores. A câmera não só confirma o risco como gera provas
contra os agressores. O GPS dá a posição exata do animal.Segundo o líder do projeto, o biólogo Paul O'Donoghue, a ideia não é parar um ataque, mas evitá-lo. Ao ver que o rinoceronte é monitorado, os caçadores perceberão que não têm chance de escapar com o chifre e desistirão do abate. "Não há sentindo em atacar um animal monitorado", diz Steve Piper, outro membro da Protect, ao site The Verge. "O tempo entre o animal ficar estressado e o alarme ser acionado será de fração de segundo. Não haverá oportunidade para os caçadores tirarem o chifre".
Os primeiros protótipos estão em teste na África do Sul. Na versão atual, a bateria do monitor cardíaco precisa ser trocada poucas vezes durante a vida do rinoceronte. A instalação da câmera no chifre não causa sofrimento ao animal. E, no futuro, há chance da bateria ser recarregada com o seu próprio movimento. Se tiver êxito, o kit pode ser adaptado para outros animais em perigo como elefantes, leões e, diz a Protect, até baleias. Já existe um protótipo em desenvolvimento para tigres.
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