segunda-feira, 15 de junho de 2015

Vacina contra malária pode ser aprovada

Vacina contra malária pode ser aprovada pela OMS em outubro de 2015

Publicação: 5 de junho de 2015

De acordo com a pesquisa, a vacina é parcialmente eficaz contra a doença clínica em crianças africanas por até quatro anos após a vacinação

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Vacina foi desenvolvida para uso na África Subsaariana, onde a doença ainda mata cerca de 1.300 crianças por dia
Os dados de ensaios finais da vacina RTS,S/AS01 foram publicados no final de abril na revista científicaThe Lancet. Segundo um dos autores do estudo, o doutor Brian Greenwood, há a possibilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovar o produto ainda este ano.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) analisará os dados do ensaio nos próximos meses. “Se a agência der um parecer favorável, a OMS poderia recomendar o uso da RTS,S/AS01 já em outubro deste ano”, explicou o Dr. Greenwood, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.
O imunizante atua contra o Plasmodium falciparum, parasita mais frequentemente encontrado na África – onde, junto com a Ásia, estão concentrados 90% dos casos. No Brasil, o Plasmodium vivaxé o mais comum. A vacina, aliás, foi desenvolvida para uso na África Subsaariana, onde a malária ainda mata cerca de 1.300 crianças todos os dias.
De acordo com a pesquisa, a vacina é parcialmente eficaz contra a doença clínica em crianças africanas por até quatro anos após a vacinação. Os resultados sugerem que ela pode evitar um número substancial de casos de malária clínica, especialmente em áreas de alta transmissão.
O estudo revelou que a sua eficácia contra a malária clínica e grave foi melhor nas crianças do que em recém-nascidos, mas diminuiu ao longo do tempo nos dois grupos. Contudo, a proteção foi prolongada ao se aplicar uma dose de reforço, aumentando o número médio de casos prevenidos. “Apesar da eficácia caindo ao longo do tempo, ainda há um benefício claro em relação ao uso da RTS,S/AS01”, disse o Dr. Greenwood.
Esta etapa da pesquisa – chamada de fase 3 – envolveu 15.459 bebês (com idades entre 6 a 12 semanas na primeira vacinação) e crianças (5 a 17 meses na primeira vacinação) com diferentes níveis de transmissão da malária. Todas elas de sete países da África Subsaariana: Burkina Faso, Gabão, Gana, Quênia, Malawi, Moçambique e Tanzânia.
A pesquisa mostrou que, no primeiro ano após a vacinação, os casos clínicos de malária foram reduzidos em 50% naqueles que receberam (os recém-nascidos). Após quatro anos, contudo, a eficácia do produto caiu para 36%, em comparação com as crianças que não foram imunizadas.
Ainda segundo o estudo, as doses sozinhas não apresentaram proteção significativa contra casos severos da doença. Porém, quando complementadas com o reforço, houve uma redução de 32% nos episódios graves. Os bebês imunizados com menos de 5 meses de idade tiveram apenas 26% de proteção contra malária ao longo de três anos.
O estudo foi financiado pelas empresas GlaxoSmithKline Biologicals e pela Fundação Bill & Melinda Gates.
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