12/06/2015
Autoridades da saúde identificaram o vírus nos estados da BA, RN, SP, AL, PA, RR, RJ e MA. Pode ter entrado no País com turistas durante a Copa de 2014
Sintomas lembram os da dengue, a exemplo de dor de cabeça, musculares e nas articulações e vermelhidão nos olhos |
Identificado no país há cerca de um mês, o zika vírus, novo “primo” da dengue, já soma casos confirmados em ao menos oito Estados, segundo o Ministério da Saúde e secretarias estaduais.
Até o dia 3 de junho, foram confirmados casos de zika vírus na Bahia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Alagoas, Pará, Roraima e Rio de Janeiro. Na última quarta-feira, Maranhão também confirmou o primeiro registro da doença.
O ministério não informou o total de casos. Em contato com as secretarias estaduais, a reportagem identificou ao menos 34 registros já confirmados após exames.
O aumento rápido do número de casos indica que o zika, porém, já circulava no Brasil desde o ano passado, mas só agora passa a ser contabilizado entre os registros epidemiológicos. A suspeita é que o vírus tenha chegado ao país com turistas durante a Copa do Mundo.
“É uma doença que até então não era testada. No início, todo mundo ficou pensando que era uma dengue atípica”, diz a infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen, do comitê de saúde do viajante da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).
Em nota, o ministério afirma que “está monitorando a circulação do vírus” e prepara um documento técnico com proposta de vigilância e orientações para todos os Estados e municípios.
O governo, no entanto, diz que não contabilizará mais casos por considerar a doença “benigna” - embora seja transmitida pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti, a doença tem sintomas considerados mais leves e recuperação mais rápida, em até sete dias.
Descoberto pela primeira vez no mundo na Uganda no fim dos anos 1980, o zika vírus se caracteriza por manchas no corpo, coceira, febre baixa, além de dor de cabeça, dores musculares e nas articulações. Pacientes podem apresentar vermelhidão nos olhos.
Apesar do recente aumento de casos, a expectativa é que a doença possa ter uma trégua nas próximas semanas devido à chegada do inverno, que torna o clima desfavorável ao mosquito transmissor -assim como ocorre com a dengue.
Boletim do Ministério da Saúde divulgado na última quarta aponta uma queda de 68% nos casos de dengue no mês de maio, em comparação a abril.
As recentes confirmações da nova doença deram origem a uma curiosidade: teriam alguns casos de zika sido confundidos com a dengue? “É possível. A grande dúvida é se temos muita dengue, dengue atípica ou zika”, afirma Hinrichsen. (das agências de notícias)
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