28/06/2015
Planta é uma espécie potencial
para alimentação do peixe-boi marinho.
Angiosperma marinha foi encontrada na APA da Barra do Rio Mamanguape.
Espécie Halophila baillonis era considerada extinta no litoral brasileiro (Foto: Karine Magalhães/Divulgação) |
Uma espécie rara de vegetação aquática foi encontrada por pesquisadores da Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) na Área de Proteção Ambiental (APA) da Barra do Rio Mamanguape, no município de Rio Tinto, na Paraíba. De acordo com as biólogas Maria Elisa Pitanga e Karine Magalhães, que desenvolveram o projeto, a angiosperma marinha Halophila baillonis, espécie potencial para alimentação do peixe-boi marinho, era considerada extinta no Brasil.
“Um estudo publicado recentemente divulgou um quadro de status de conservação das espécies de angiospermas marinhas no mundo e boa parte das espécies citadas apresentam um grau de vulnerabilidade. Quando fizemos esta descoberta, ficamos muito felizes”, disse Maria Elisa Pitanga, coordenadora técnica da pesquisa.
A pesquisadora Karine Magalhães estuda há anos as angiospermas marinhas e comenta que está otimista com o resultado da pesquisa na APA da Barra do Rio Mamanguape. “A descoberta desta população irá atrair ainda mais atenção aos ecossistemas aquáticos e a estas plantas que fornecem diversos serviços ambientais, como é o caso de ser alimento do peixe-boi marinho. A descoberta é excelente já que confirma a existência de mais uma população desta espécie, pois hoje só há 10 ou 11 ao redor do globo”, explica Karine.
Peixe-boi marinho na Barra do Rio Mamanguape (Foto: Divulgação/Luciano Candisani) |
Segundo a coordenadora do projeto, é importante dar continuidade às pesquisas na região, de forma a garantir a proteção de espécies com o peixe-boi marinho, que se encontra em estado de vulnerabilidade. Ela destaca que a PA de Mamanguape apresenta características ecológicas que propiciam a existência de inúmeras espécies da fauna e da flora, algumas até ameaçadas de extinção.
"É importante realizar estudos de mapeamento dessa vegetação ao longo do litoral do Brasil, levantando as causas que vêm proporcionando a perda de área destes ecossistemas, visando contribuir no direcionamento de esforços para a conservação destas espécies, que são uma das principais fontes de alimento para o peixe-boi marinho”, conclui Maria Elisa.
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