quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Cobra Coral. Verdadeira ou Falsa?







BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
Barra Velha e São João do Itaperiú









Gênero Micrurus (coral verdadeira)


Micrurus frontalis

Micrurus corallinus












Micrurus fulvius 
Micrurus albicinctus











Vamos falar hoje sobre serpentes,  a Cobra Coral, uma das mais belas do Brasil. Essa serpente pertence à família Elapidae (a mesma da serpente Naja), sendo compreendidas 64 espécies divididas em 3 gêneros: Micrurus (57 espécies), Leptomicrurus (3 espécies) e Micruroides (1 espécie). No Brasil existem nada menos do que dezenove espécies .
As corais podem ser vistas em todas as regiões do Brasil, habitando em matas fechadas e úmidas até descampados e pradarias, porém o maior número de espécies habita a região amazônica. A maioria das espécies são semi-fossoriais, vivendo em meio ao folhiço, embaixo de cascas de árvore, troncos, cupinzeiros, etc. As Micrurus são serpentes de dentição proteróglifa. Na parte posterior do maxilar superior existem duas presas maiores, com sulcos, para conduzir o veneno para dentro da mordedura.
A sintomatologia de acidentes Elapídicos é formado por fenômenos locais quase ausentes, dor, erupção escarlatiniforme e ínguas, perturbações da visão, queda de pálpebras, cansaço muscular, salivação abundante e diarréia, isso devido ao seu veneno possuir baixo peso molecular, que se espalha pelo organismo da vítima de forma muito rápida. Os acidentes terminam frequentemente com a morte, desde que a coral tenha inoculado quantidade elevada de peçonha. Essa serpente representa 1% dos acidentes ofídicos no Brasil, mas seu veneno é extremamente tóxico, que geralmente ocasiona quadros clínicos de IRA (Insuficiência Renal Aguda).

AS CORES DOS ANÉIS REALMENTE PODEM DIFERENCIÁ-LAS?


A disposição das cores dos anéis são a maneira mais comentada de diferenciar uma coral verdadeira de uma falsa coral, mas essa técnica não é 100% eficaz.

As espécies conhecidas de corais verdadeiras não possuem os mesmos padrões de cor e várias delas podem apresentar a sequência vermelho e preto. Além disso, o potencial genético desses animais permite o surgimento de novas espécies e subespécies, ou seja, mesmo considerando todo o catálogo de serpentes, ainda existe o que desconhecemos. Isso quer dizer que pode ser que através de mutações genéticas podem surgir corais verdadeiras com padrões de cores totalmente diferentes, e provavelmente tais serpentes ainda não foram catalogadas.
Chegamos então a conclusão que a única maneira eficiente de diferenciá-las é através da análise da sua dentição. As corais verdadeiras (assim como todas as serpentes que representam a família Elapidae) possuem dentição proteróglifa, ou seja, são dotadas de pequenos e fortes dentes não retráteis, localizados na parte frontal do maxilar superior. Com isso, a coral não pica seus oponentes como fazem as serpentes da família Viperidae (Jararacas e Cascavéis), mas os morde deixando a peçonha escorrer para dentro da incisão.

dentição proteróglifa

As falsas corais possuem outro tipo de dentição, a opistóglifa, o que significa que suas presas ficam na parte de trás do maxilar posterior, apresentando assim perigo altamente reduzido para o homem.



dentição opistóglifa
Portanto só deve ser feita por pessoas treinadas, já que a única maneira de diferenciá-las com 100% de certeza é através da dentição, e para isso é preciso manejar o animal, o que pode ocasionar enormes riscos a pessoas sem o devido preparo para fazê-lo.

Lembramos a população de barra Velha e São João do Itaperiú SC que o Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) atende este tipo de Emergência, Resgatando animais Peçonhentos e Venenosos que estejam causando risco a população, pedimos encarecidamente que não tente matar ou capturar estes tipos de animais, nos comunique da presença deles e iremos Resgata-los.

O NPA possui pessoal Treinado e Qualificado para este tipo de Ocorrência.


Tel: de Emergência 34460000

José Roberto Cruz
Chefe do Núcleo de Proteção Ambiental

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