Divulgação/Sisema Além dos animais, também foram apreendidos 49 gaiolas, seis viveiros, 126 alçapões, entre outros |
A Operação Bicho do Mato II, realizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), terminou no último domingo (25/10) com a apreensão de 880 animais, sendo 879 aves e um réptil, e a aplicação de R$ 901.828 em multas e 75 pessoas presas. Além dos animais, também foram apreendidos 49 gaiolas, seis viveiros, 126 alçapões, duas armas de fogo, 19 redes de pesca e 11 kg de peixes.
O objetivo da operação, que teve início no dia 19 de outubro, foi coibir o tráfico de animais silvestres nas regiões do Norte e Nordeste do estado. As fiscalizações ocorreram nos municípios de Águas Vermelhas, Almenara, Araçuaí, Cachoeira do Pajeú, Coronel Murta, Divisa Alegre, Itaobim, Jequitinhonha, Medina, Pedra Azul, Ponto dos Volantes, Rio do Prado, Rubim, Salinas e Vargem da Lapa.
A ação, planejada e coordenada pela Semad, contou com o apoio da Polícia Militar de Meio Ambiente, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal e Secretaria de Estado de Fazenda (SEF). De acordo com o chefe de Fiscalização da Fauna da Semad, Daniel Sampaio Colen, todos os animais apreendidos foram examinados pelos veterinários da Semad, que também faziam parte das equipes de fiscalização.
O tráfico de animais
Segundo a Organização Não Governamental (ONG) WWF-Brasil, há pesquisas que apontam que o comércio ilegal de animais movimenta cerca de 10 bilhões de dólares por ano em todo o mundo. Só o tráfico de drogas e armas é maior.
Ainda segundo a WWF, o Brasil possui um grande comércio interno de animais, que sustenta os traficantes que agem no país e servem como intermediários para os traficantes internacionais.
A principal rota do tráfico de animais silvestres no Brasil começa nas regiões Norte e Nordeste, com a retirada de espécies da natureza, e segue até o grande mercado consumidor da fauna no país, a região Sudeste.
De acordo com dados do Ibama, os estados brasileiros onde ocorre a maior parte das capturas de animais são: Maranhão, Bahia, Ceará, Piauí e Mato Grosso. Já os estados com o maior mercado consumidor são: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O instituto também aponta que, no Brasil, as aves são as mais comuns em apreensões de tráfico.
Um dois principais documentos sobre o tema já publicado no Brasil é o Relatório Nacional sobre o Tráfico de Fauna Silvestre, lançado pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), em 2002. O relatório aponta que 60% dos animais comercializados ilegalmente são para consumo interno, o chamado tráfico doméstico. Os outros 40% dos animais retirados da fauna brasileira seguem para destinos internacionais.
Os autores do relatório estimaram que todos os tipos de exploração ilegal seriam responsáveis pela retirada de 38 milhões de animais da natureza brasileira, número que não inclui peixes ou insetos.
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