Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que o termo cobra é normalmente usado como referência a apenas um tipo de serpente, as najas asiáticas e africanas. Quando utilizamos o termo no Brasil, porém, estamos nos referindo a qualquer serpente. Em resumo, cobra indica apenas um tipo e serpente, todos os tipos de ofídios.
Ao contrário dos moluscos, cujas espécies ultrapassam a casa dos 125 000, e dos insetos, que chegam a mais de 1 milhão, existem apenas 6 000 espécies de répteis.
Existem quatro grupos de répteis: quelônios (tartarugas), escamados (serpentes e lagartos), crocodilídeos (jacarés e crocodilos) e rincocéfalos (que é representados por apenas uma espécie, a tuatara).
Quais as principais características dos répteis? São animais vertebrados e possuem escamas ou placas. Com exceção das tartarugas, eles possuem dentes voltados para trás, tem corpo com temperatura variável e são ovíparos (botam ovos).
Os répteis são animais de sangue frio e precisam se expôr ao sol para aquecer o corpo. Como dependem do calor para viver, são praticamente inexistentes nas regiões polares.
Qual a diferença entre as serpentes e os demais répteis? Em primeiro lugar, as serpentes tem corpos mais comprido. Em segundo, elas não possuem pernas. Terceiro: os órgãos são alongados. E, por último, possuem um extraordinário número de vértebras.
Por falar em vértebras, você sabia que algumas serpentes tem até 500 vértebras? Só para efeito de comparação, um crocodilo possui apenas 60.
É verdade que os répteis precisam incubar seus ovos. A regra, porém, não é geral. Existem serpentes que parem os filhotes inteiramente desenvolvidos. Os biólogos chamam esses animais de vivíparos.
Os ovos das serpentes são normalmente moles e flexíveis.
Juntamente com os lagartos, as serpentes pertencem ao grupo dos répteis escamados e a uma subordem chamada ofídeos. No mundo todo, os ofídeos somam 2 700 espécies.
São três os grupos de serpentes: primitivas (pítons e boas), cobras-cegas e serpentes evoluídas (najas, víboras e serpentes marinhas).
A pele das serpentes não cresce na mesma proporção do corpo e, por isso, elas são obrigadas a trocá-la à medida que vão crescendo. Os filhotes podem trocar de pele sete vezes no primeiro ano de vida.
O esôfago, estômago, fígado e pulmão das serpentes são normalmente alongados. Só para se ter uma ideia, o esôfago ocupa quase um terço do corpo do animal.
Não existem serpentes vegetarianas. Elas são carnívoras e existem espécies que só se alimentam de ovos.
As serpentes não possuem ouvidos e são surdas. Elas percebem as vibrações através de ossos do crânio ligados ao maxilar inferior.
Esqueça a história de que as cobras são hipnotizadas pela flauta dos encantadores de serpentes. Elas normalmente se levantam para acompanhar e tentar atacar o movimento da flauta. Note que para fazer a cobra se levantar, o encantador precisa movimentar a flauta.
Você sabia que existe uma serpente que voa? Natural das florestas da Ásia, a cobra-voadora pula de galho em galho e de árvore em árvore como se estivesse realmente voando. Ela chega até mesmo a planar no ar.
Você sabe qual a diferença entre um animal venenoso e peçonhento? Essa é fácil. Ao contrário dos peçonhentos, os venenosos não tem capacidade de injetar o seu veneno na presa/inimigo, como o baiacu e a taturana. Os animais peçonhentos mais conhecidos são, na grande maioria, serpentes como a cascavel, a naja e a víbora, a cobra-rei, a cobra-coral…
As serpentes matam de 30 000 a 40 000 pessoas por anos em todo o mundo. É assustador, mas é sempre bom lembrar que apenas um décimo delas são letais para os seres humanos.
A serpente brasileira mais venenosa é a coral-verdadeira. O curioso é que a maior responsável pelos óbitos em seres humanos no país são as jararacas.
São registrados mais de 20 000 acidentes com serpentes por ano no Brasil.
O primeiro soro antiofídico foi fabricado em Lille, França, em 1 894. No Brasil, ele começou a ser produzido em 1 901 pelo Instituto Soroterápico do Estado de São Paulo, atual Instituto Butantan.
Os anticorpos contra o peçonha são produzidos por cavalos, que recebem uma pequena quantidade do veneno da serpente. Em 15 dias, o sangue do cavalo é recolhido para que o plasma seja separado e utilizado na produção do soro antiofídico. O restante do sangue é devolvido ao corpo do animal.
As serpentes peçonhentas podem morder a própria cauda ou língua que nada acontecem a elas. O motivo? Elas são imunes ao próprio veneno.
Algumas serpentes se alimentam de serpentes. É o caso da cobra-rei californiana, que tem entre os seus pratos favoritos uma “bela e suculenta” cascavel. É também o caso da brasileira muçurana.
Como uma serpente pode engolir presas inteiras? E como conseguem levar goela abaixo um animal aparentemente maior que elas? A façanha é possível graças aos maxilares flexíveis. O detalhe interessante é que elas sempre começam a engolir a presa pela cabeça.
As serpentes também são presas fáceis de muitos animais. Entre os bichos que se alimentam desse tipo de réptil estão corujas, lagartos-monitores, secretários (uma espécie de gavião de pernas longas, muito comum em certas regiões da África) e mangustos. Ágeis, os mangustos costumam matar suas vítimas com mordidas na sua parte posterior.
Você sabia que a cobra-rei indiana vive aos pares, o que é uma raridade entre as serpentes? Sabia que enquanto a fêmea prepara o ninho, o macho fica de guarda, prestes a atacar o primeiro intruso que se aproximar?
Herpetologia é o nome da ciência que estuda os répteis e os anfíbios.
Mas como se chama a atração por serpentes? Ofiofilia. E repulsa, como é chamada? Ofiofobia.
Apesar do nome, a cobra-cega e a cobra de vidro não são serpentes. A cobra-cega é um anfíbio e a cobra de vidro, um lagarto. E o mais curioso é que a cobra-cega não é cega e de vidro não é de vidro.
As serpentes mais comuns no Brasil são: jararaca, cascavel, cobra-coral (também chamada de coral-verdadeira) e sucuri.
A maior serpente do mundo é a píton-real, que chega a medir até 10 metros. A maior brasileira é a sucuri, cujas medidas (nove metros) chegam perto das da píton-real.
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