sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Pesquisadores vão monitorar gato-mourisco em Blumenau

Espécie em extinção foi encontrada no Parque São Francisco e no Parque Nacional da Serra do Itajaí

Pesquisadores vão monitorar gato-mourisco em Blumenau Halder Ramos/Gramadozoo,Divulgação
O gato-mourisco pode medir cerca de 70 centímetros de comprimento, fora a cauda, que chega a 40 centímetrosFoto: Halder Ramos / Gramadozoo,Divulgação

m animal em extinção está despertando a curiosidade de pesquisadores e biólogos em Blumenau. O gato-mourisco, próximo do puma, foi visto no Parque São Francisco de Assis e no Parque Nacional da Serra do Itajaí e agora mobiliza equipes em busca da preservação da espécie na região e estudo do animal. Com a instalação de quatro ou cinco câmeras no Parque São Francisco, pesquisadores esperam monitorar o felino.


Segundo o diretor de Educação Ambiental da Faema, Airton Maçaneiro, a expectativa é de que as câmeras estejam instaladas em 90 dias. Além do felino, outras espécies poderão ser encontradas com o uso das imagens. Desde que reabriu, em março de 2014, o parque já registrou 10 espécies de aves raras. 



O gerente da unidade de conservação do Parque São Francisco, Robinson de Oliveira, teve a surpresa de encontrar o gato-mourisco durante o trabalho. Ele fiscaliza as trilhas do parque diariamente e cerca de dois meses atrás viu pela primeira vez o predador: 



— Era cedo, umas 9h, e eu estava fazendo a trilha antes das primeiras visitas do dia. Ele veio do meio do mato, parou no meio da trilha na minha frente, rosnou e continuou o caminho dele. Era bem preto, grande e tinha uma cauda comprida, achei que fosse um puma, mas os especialistas falaram que pela descrição era um gato-mourisco mesmo.

O gato-mourisco pode medir cerca de 70 centímetros de comprimento, fora a cauda, que chega a 40 centímetros. Ele também tem as patas curtas e a cabeça pequena, desproporcionais ao resto do corpo. Carnívoro, se alimenta de pequenos animais, como as cotias que são comuns no parque. Segundo Robinson, é um animal arisco que não oferece perigo às pessoas. 

— Ele com certeza tem mais medo da gente do que a gente tem dele. 

Saída do parque traz perigo de atropelamento para os animais 
A existência da espécie no Vale do Itajaí foi descoberta ano passado, quando um gato-mourisco foi encontrado atropelado no bairro Bom Retiro, em uma das ruas que cortam o Parque São Francisco. Após isso, câmeras no Parque Nacional da Serra do Itajaí que monitoram pumas flagraram um gato há cerca de quatro meses. 

A coordenadora do Projeto Carnívoros no Parque Nacional da Serra do Itajaí, Cintia Gruener, ressalta o perigo que os animais correm na passagem da área do parque ao resto da Mata Atlântica, cortada pelo Morro da Companhia: 

— Eles precisam circular e a área do Parque São Francisco é muito pequena para um carnívoro desse porte, então ele cruza a rua e corre o risco de atropelamento. Seria importante uma passagem da fauna.

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