- Laurent Ballesta/Andromede Oceanologie
A presença de um pulmão em peixes de águas profundas, os celacantos, revela a capacidade de adaptação destes peixes míticos de 400 milhões de anos - é o que diz a revista britânica Nature Communications nesta terça-feira (15).
Até 1938 os celacantos só eram conhecidos na forma de um fóssil, o que dava a entender que eles tinham desaparecido na mesma época que os dinossauros. Depois, um sul-africano pescou um desses peixes - evento considerado então como uma das maiores descobertas zoológicas do século XX. Estes peixes ganharam o status de "fósseis vivos", e desde então não param de encantar os pesquisadores.
"Nós conseguimos confirmar a presença de um pulmão em uma das espécies vivas do celacantos e temos a prova do caráter comum entre este pulmão e o pulmão calcificado dos celacantos fossilizados", explicou à AFP Paulo M. Brito, do departamento de Zoologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), co-autor do estudo.
Estudando dissecções de exemplares adultos e reconstituições 3D dos diferentes estados de desenvolvimento do pulmão, a equipe de pesquisadores colocou em evidência a existência de um pulmão potencialmente funcional e bem desenvolvido nos embriões. Depois, o ritmo de crescimento do pulmão é consideravelmente diminuído para virar um "vestígio" nos celacantos adultos.
"As formas fosseis dos celacantos, que viviam nas águas profundas, possuíam um pulmão funcional. Desde a era mesozoica, os celacantos se adaptaram às águas profundas - onde o oxigênio é fornecido pelos brônquios - e podem ter perdido a respiração pulmonar com a redução acentuada deste pulmão" único, apontou Brito.
Segundo o brasileiro, esta adaptação às águas profundas pode explicar a sobrevida da espécie numa época onde inúmeros animais, incluído os dinossauros, desapareceram.
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