quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Caranguejeira a Maior Aranha Brasileira


 As caranguejeiras são as maiores aranhas que existem, compreendendo cerca de 900 espécies. Desse total, 300 são brasileiras e se dividem em 11 famílias, das quais dez vivem na Amazônia. Mas é na família Theraphosidae que podemos encontrar as duas maiores aranhas do mundo: a Theraphosa apophysis, da Venezuela, e sua irmã a Theraphosa blondi.

A primeira, pode chegar ao diâmetro de 28 centímetros, de pernas esticadas, — um pouco maior do que um prato de refeição. Já a comedora de pássaros, como é conhecida a Theraphosa blondi, tem o abdômen do tamanho de uma bola de tênis e pesa 125 gramas. Além disso, suas quelíceras, que são as “presas” da caranguejeira, podem facilmente medir dois centímetros de comprimento.

Rick West, considerado o mais importante aracnólogo do mundo, disse, em entrevista exclusiva para este artigo, que essas duas espécies apresentam as mesmas medidas de tamanho, porém a brasileira é mais pesada. Segundo o especialista, “as caranguejeiras são, de modo geral, tímidas e evitam o ser humano, apesar de poderem ser, eventualmente, agressivas”.

Na dieta dessas aranhas é comum encontrar pequenos morcegos, lagartos, camundongos, insetos grandes, e aves de pequeno porte — daí a justificativa do título de comedora de pássaros.

Nas caranguejeiras, o movimento das quelíceras é de cima para baixo, como um furador de papel: são denominadas Orthognathas. Além disso, possuem dois pares de pulmões e as glândulas de veneno ficam totalmente dentro do segmento das quelíceras, diferente das Araneomorphae, nas quais as quelíceras movimentam-se de lado, como uma pinça (Labdognathas), e, cujas glândulas ocupam parte do prossoma (região da zona cefálica e toráxica), além de possuírem apenas um par de pulmões.
Outra curiosidade a respeito das caranguejeiras é que as fêmeas vivem cerca de 25 anos, dependendo da espécie e, enquanto outras aranhas param de realizar ecdise (que é a troca do exoesqueleto) na idade adulta, as migalomorfas fêmeas continuam a trocar de “pele” uma vez ao ano, em intervalos irregulares.
Apesar de as caranguejeiras causarem medo em muita gente, existem pessoas fascinadas por esses aracnídeos. Tanto, que gostam de tê-los como animais de estimação. É aí que mora o perigo, pois o risco de acidente é bem maior, especialmente para quem gosta de manuseá-las. Isso porque antes de desferir uma picada, as caranguejeiras usam uma arma bem mais eficiente, no sentido de afastar um possível agressor: as cerdas urticantes.
Uma caranguejeira, ao sentir-se ameaçada, esfrega suas pernas traseiras no abdômen, liberando esses “pelinhos”, que podem atingir os olhos e, também, entrar nas vias respiratórias do indivíduo que resolve manuseá-la. E as cerdas urticantes desse gênero de caranguejeira fazem um belo estrago, principalmente se a pessoa em questão tiver rinite ou algum tipo de alergia.
Essas estruturas podem penetrar em várias camadas da pele e do tecido ocular, causando sérias irritações. A morfologia das cerdas urticantes varia do tipo I ao IV. O primeiro tipo não penetra na pele, mas o terceiro entra numa profundidade de 2 milímetros, resultando em inflamações dermatológicas.
Um mamífero de pequeno porte (como rato, coelho etc) exposto às cerdas urticantes de uma Grammastola, por exemplo, pode sufocar em duas horas.



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