quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Soro Hiperimune como é feito?

Os soros utilizados para tratar intoxicações provocadas pelo veneno de animais peçonhentos ou por toxinas de agentes infecciosos como os causadores de difteria, botulismo e tétano.
A primeira etapa da produção de soros antipeçonhentos é a extração do veneno também chamado de peçonha, de animais como serpentes, escorpiões, aranhas e taturanas. Após a extração, a peçonha é submetida a um processo chamado liofilização, que desidrata e cristaliza o veneno.


A produção do soro obedece as seguintes etapas:

1          O veneno liofizado (antígeneo) é diluído e injetado em cavalos, em doses de concentrações crescentes, esse processo leva 40 dias e é chamado hiperimunização.
2          Após a hiperimunização é realizada uma sangria exploratória, retirando uma amostra de sangue para medir o nível de anticorpos produzidos em resposta as injeções de antígeneo.
3          Quando o teor de anticorpos atinge o nível desejado, é realizada a sangria final, retirando-se cerca de 15 litros de sangue de um cavalo de 500 Kg em duas etapas, com intervalo de 48 horas.
4          No plasma (parte líquida do sangue) são encontrados os anticorpos. O soro é obtido a partir da purificação e concentração deste plasma.
5          As hemácias (que formam a parte vermelha do sangue) são devolvidas ao animal, através de uma técnica desenvolvida no Instituto Butantã, chamada plasmaferese, essa técnica de reposição reduz os efeitos colaterais provocados pela sangria do animal.
No final do processo, o soro obtido é submetido a teste de controle de qualidade.
6.1      Atividade biológica: verificação de qualidade de anticorpos produzidos.
6.2      Esterilidade: para detectar eventuais contaminações durante a produção.
6.3      Inocuidade: teste de segurança para o uso humano.
6.4      Pirogênio: para detectar presença dessa substancia, que provoca alteração de temperatura nos pacientes e testes físico-químicos.

A hiperimunização para a obtenção do soro é realizada em cavalos desde o começo do século XX. Porque são animais de grande porte, assim produzem uma volumosa quantidade de plasma com anticorpos para o processamento industrial do soro, para atender a demanda nacional, sem que eles sejam prejudicados no processo. Há um acompanhamento médico veterinário destes cavalos, além de receberem uma alimentação ricamente balanceada.
O processamento do plasma para obtenção do soro é realizado em um sistema fechado, inteiramente desenvolvido pelo Instituto Butantã, atendendo as exigências de controle de qualidade e biossegurança da Organização Mundial da Saúde, atingindo a produção de 600 mil ampolas de soros por ano.
Os animais peçonhentos fornecem a matéria prima, por meio de extração mecânica, ou seja, pressão sobre as glândulas venenifera, no caso das serpentes, ou por choque de baixa voltagem, em aranhas e escorpiões.
O soro neutraliza o veneno, mas não cura lesões que já tiverem sido produzidas. Por isso deve-se injetar na vitima com a maior presteza possível, a fim de que haja na circulação sanguínea o mais rápido possível.
Como o soro neutraliza o veneno em quantidade fixa, deve ser injetado em dose suficiente, como é indicado no rótulo.

Fonte: Instituto Butantan





Nucleo de Proteção Ambiental

Educando, Preservando e Protegendo

Nenhum comentário:

Postar um comentário