sábado, 5 de abril de 2014

CAÇA OU CAÇADOR?

Caros amigos leitores depois de um plantão movimentado nos Bombeiros Voluntários sai a caminho de casa para o merecido descanso, e  presenciei uma batalha formidável de  uma aranha caranguejeira contra uma vespa caçadora, passei uns bons 25 minutos só observando o desfecho desta magnífica batalha animal. Ao chegar em casa, lembrei que havia lido em algum lugar um relato extremamente detalhado sobre o assunto e comecei a procurar, não demorou muito para que eu encontrasse o tal relato.

Espero que vocês gostem.

CAÇA OU CAÇADOR?

Entre os artrópodes, pelo contrario, não é raro a historia do caçador caçado, e, como exemplo pitoresco, cita-se o das vespas que se alimentam de néctar e caçam aranhas caranguejeiras vivas. Tratam-se de varias espécies do gênero pepsis, de corpo azulado, asas ferruginosas e 10 cm de envergadura, que, ao chegar o momento da postura, sobrevoam em baixa altura, a procurar as gigantes caranguejeiras. Nem todas que elas encontram são adequadas, pois cada uma das vespas precisa de aranhas de uma determinada espécie. Por isso, ao encontrar uma delas, a primeira coisa que a vespa faz é examina-la cuidadosamente, apalpando todo o corpo com as antenas, como o que para se assegurar de que a criatura peluda de oito patas é exatamente a que ela necessita. Durante toda a operação de reconhecimento, a aranha fica completamente indiferente, deixando a vespa atuar; uma vez o exame terminado, ela se afasta da aranha e começa a cavar ativamente a cova onde vai enterrar a vitima peluda ainda viva. De vez em quando interrompe a sua tarefa e põe a cabeça para fora do buraco, como que para se certificar de que a presa, ainda intacta, encontra-se nas proximidades. Quando o buraco tem 25 cm de profundidade e uma largura suficiente para que a aranha caiba, da a escavação por terminada e volta para perto da sua vitima peluda. Depois de tateá-la novamente com suas antenas a vespa curva o abdômen, faz sair um aguilhão e começa a procurar o ponto adequado onde deve injetar algumas gotas de seu veneno paralisante. No entanto, a armadura de quitina que cobre a aranha oferece muito poucos pontos fracos, apenas na união das patas com o corpo existem membranas suficientemente moles para permitirem os movimentos do mostro couraçado, este se move tentando afastar-se da pegajosa vespa, que varias vezes se deita de costas e desliza sob o seu ventre, tentando desferir o golpe definitivo.

O ataque insistente da vespa e o constante retroceder da aranha acaba por encurralar esta contra um obstáculo, momento este que o inseto aproveita para prender com as mandíbulas uma das patas do artrópode, que só então se decide a defender-se, e ambas rolam pelo chão num combate espetacular. 


Contudo, e por muito que seja a peleja, o resultado é quase sempre o mesmo, pois a vespa, mas cedo ou mais tarde, consegue cravar o seu aguilhão e injetar o seu veneno paralisante na aranha, que cai imediatamente sobre o dorso, não morta, mas paralisada.

Depois de vitoriosa a vespa suga a gota de “sangue” que emana da ferida e arrasta em seguida a vitima por uma de suas patas para dentro do buraco. Ai deposita um único ovo no abdômen peludo da aranha, tapa cuidadosamente a cova com pedras que transporta na boca e afasta-se para sempre do local.

Quando o pequeno ovo abre e do seu interior sai uma larva, esta terá ao seu alcance o alimento necessário, devorando a aranha imóvel, mas viva.


Em algumas vezes este Demônio Alado se precipita e acaba virando caça.




Fonte: Enciclopédia Fauna – volume 4 – pag. 40 e 41


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